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Maior bilheteria de 2025, vista por mais de 90 milhões de pessoas, já chegou sob demanda ao Prime Video

Maior bilheteria de 2025, vista por mais de 90 milhões de pessoas, já chegou sob demanda ao Prime Video

Uma missão é montada para recuperar material genético em uma zona de risco onde espécies pré-históricas circulam livremente e a presença humana precisa ser negociada com regras frágeis. A operação envolve especialistas com interesses distintos, investidores ansiosos por resultados e autoridades que tentam manter controle sobre territórios instáveis. As primeiras incursões deixam claro que cada passo tem custo e que escolhas técnicas rapidamente se transformam em dilemas morais. Lançado como “Jurassic World: Recomeço”, dirigido por Gareth Edwards e estrelado por Scarlett Johansson, Jonathan Bailey e Mahershala Ali, com participações de Rupert Friend, Manuel Garcia-Rulfo e Ed Skrein, o filme apresenta um grupo em permanente estado de alerta, cercado por riscos que não obedecem a comandos humanos.

A narrativa parte do pressuposto de que a coexistência entre pessoas e dinossauros já faz parte da rotina global, mas ainda provoca reações contraditórias: fascínio, medo, oportunidade de negócio e indignação ética. O roteiro transforma essa condição em motor dramático ao aproximar personagens com motivações complementares e interesses parcialmente conflitantes. A cientista que enxerga avanço em cada descoberta precisa lidar com o caçador contratado para abrir caminho, enquanto a presença de patrocinadores impacientes cobra resultados mensuráveis. Essa rede de pressões empurra a história para decisões rápidas, que nem sempre consideram consequências de médio prazo.

Gareth Edwards constrói sequências em que a percepção de distância, altura e velocidade orienta a ação. A câmera evita cortes rasos, favorece trajetórias completas e permite que o público entenda onde cada personagem está em relação à ameaça. Esse cuidado sustenta momentos de suspense que não dependem de sustos fáceis, e sim de uma progressão clara de risco. Quando a perseguição começa, o desenho de cena preserva a leitura dos movimentos e a relação entre corpos, água, lama e metal, o que ajuda a manter a atenção no que pode acontecer na próxima curva.

Visualmente, a produção combina efeitos digitais com elementos palpáveis, conferindo peso aos ambientes. Modelos físicos, chuva real, vento e sujeira adicionam textura às imagens, enquanto a fotografia alterna contrastes para separar selva fechada, instalações industriais e áreas costeiras. A trilha prefere pulsos discretos e evita sublinhar emoções em excesso; a mixagem de som distingue ambientes abertos e espaços confinados, e os rugidos variam conforme a densidade do ar e a proximidade das paredes. Esses detalhes favorecem a imersão e reforçam a sensação de que cada cenário tem regras acústicas próprias.

O roteiro de David Koepp procura equilibrar aventura com debates sobre responsabilidade científica e captura de valor por empresas que desejam monopolizar descobertas biológicas. Quando as conversas tocam em protocolos, patentes e riscos de replicação, o filme ganha contorno atual. Em contrapartida, algumas passagens se apoiam em falas explicativas que repetem informações já compreendidas pelas imagens. Há também atalhos dramáticos: laços de confiança se formam depressa e desentendimentos se resolvem em tempo curto, o que reduz efeito de certas viradas. Ainda assim, a trama mantém foco nas consequências das escolhas e não transforma a ciência em varinha mágica.

As interpretações ajudam a sustentar nuances. Scarlett Johansson confere energia e pragmatismo à líder de campo, sem abrir mão de momentos de hesitação que lembram a precariedade das garantias. Jonathan Bailey compõe um pesquisador meticuloso e curioso, mais à vontade em laboratório do que em ambiente instável, o que rende bons choques de temperamento com a personagem de Johansson. Mahershala Ali imprime autoridade calma a um agente que mede palavras e observa antes de agir, oferecendo contraponto às decisões impulsivas. Rupert Friend, Manuel Garcia-Rulfo e Ed Skrein ocupam funções específicas dentro do grupo e contribuem para a dinâmica de missão, ainda que alguns arcos secundários merecessem mais tempo de tela para ganhar densidade.

O desenho das criaturas aposta em variações que extrapolam a reconstituição paleontológica clássica e encaram a ficção científica com mais liberdade. Híbridos e variações genéticas ampliam o repertório de perigo e ampliam também o desconforto ético, pois o que foi criado não pode simplesmente ser descartado sem debate. Essa escolha confere novidade visual e produz situações em que a compaixão disputa lugar com o medo. Para parte do público, a inclinação para formas mais fantásticas pode parecer afastamento de um ideal de verossimilhança; para outra parcela, abre espaço para imaginar consequências de experimentos que não respeitam limites. O filme encontra interesse justamente nessa zona cinzenta.

As cenas de ação priorizam leitura clara de objetivos: recuperar um item, atravessar uma área, alcançar um ponto de extração. Essa definição ajuda a manter o ritmo e evita confusão visual. Em momentos específicos, a busca por rigor de composição reduz a sensação de imprevisibilidade que situações extremas poderiam inspirar. Quando tudo parece muito calculado, o perigo perde um pouco de mordida. Ainda assim, algumas sequências de ação exploram variações de solo, água e escuridão que dão identidade a episódios distintos, e o som trabalha para sugerir presença antes da imagem.

Do ponto de vista temático, o filme retorna a perguntas que acompanham a série desde o início: quem assume o custo do conhecimento, como reparar danos não intencionais e o que significa compartilhar território com criaturas que não compreendem fronteiras humanas. A resposta não surge em discursos; aparece nos impasses de personagens que precisam escolher entre preservar dados, salvar pessoas ou impedir novos usos comerciais de descobertas sensíveis. Essa disputa move decisões arriscadas e condiciona os próximos passos de instituições interessadas em controlar o que não nasceu para ser controlado.

O terceiro ato amplia o número de frentes e, ao ligar personagens dispersos, acelera encontros que pediam maior maturação emocional. Mesmo assim, a coerência espacial das sequências sustenta o interesse, e o conflito central mantém relação direta com as escolhas feitas no início. Não há tentativa de fechar discussões com um gesto de efeito; a perspectiva proposta aponta para a continuidade do problema e para a necessidade de regras que não dependam apenas da boa vontade de indivíduos. A história deixa como herança a imagem de um mundo que terá de aprender a conviver com riscos biológicos fabricados por suas próprias mãos.

Filme:
Jurassic World: Recomeço

Diretor:

Gareth Edwards

Ano:
2025

Gênero:
Ação/Aventura/Ficção Científica/Thriller

Avaliação:

7/10
1
1




★★★★★★★★★★



Fonte

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