A Boeing nomeou Landon Loomis, ex-assessor do governo dos Estados Unidos, como novo presidente na China
A Boeing anunciou ontem (23), a nomeação de Landon Loomis, ex-assessor da Casa Branca, como novo presidente da Boeing na China, em um momento de instabilidade nas relações comerciais entre Estados Unidos e o país asiático.
O executivo atuará a partir de Pequim, acumulando o cargo de vice-presidente de Política Global da Boeing. A nomeação ocorre enquanto a Boeing tenta estabilizar sua posição no mercado chinês, um dos mais relevantes do mundo para a aviação comercial.
Disputas comerciais
A Boeing tem enfrentado atrasos em entregas e negociações complexas em razão das tensões entre os dois países. Em abril, um 737 MAX destinado à China foi devolvido aos Estados Unidos após autoridades chinesas suspenderem novas entregas, em resposta ao aumento de tarifas imposto por Washington.
Segundo o canal norte-americano CNBC, Loomis será responsável pelas operações diárias, relações governamentais e estratégia corporativa da Boeing na China. Ele substitui Alvin Liu, que ocupava o cargo desde agosto de 2023. Antes de ingressar na Boeing em 2019, Loomis foi adido comercial na embaixada dos EUA em Pequim e assessor especial do então vice-presidente Mike Pence, com foco em comércio e aviação.
Apesar das recentes tensões, fontes da Bloomberg indicam que a Boeing pode estar próxima de um novo acordo com companhias aéreas chinesas, envolvendo até quinhentas aeronaves.
Atualmente, a China opera mais de 1.800 aviões da Boeing e mantém pedidos firmes para cerca de duzentos. Um novo pedido seria o primeiro grande desde 2017, quando Pequim suspendeu novas compras em meio à escalada tarifária.
O representante democrata Adam Smith afirmou que parlamentares norte-americanos, em visita recente à China, discutiram com autoridades locais uma possível retomada de encomendas.
Contexto geopolítico
Enquanto a Boeing busca recuperar espaço, a Airbus ampliou sua presença na China, inaugurando na última quarta-feira (22), sua segunda linha final de montagem da família A320 em Tianjin.
As tensões entre os EUA e da China também se estendem ao transporte aéreo. O Departamento de Transporte avalia proibir que companhias chinesas, em voos com destino aos Estados Unidos, sobrevoem o território russo. A medida está amparada em cumprimento a acordos bilaterais. Porém, a Air China, China Southern e China Eastern contestaram a proposta, alegando que a medida prejudicaria passageiros e a competitividade do setor.
Desde 2022, aeronaves de bandeira norte-americana estão proibidas de sobrevoar o espaço aéreo russo, após as sanções impostas a Moscou pela invasão da Ucrânia.

