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Astrônomos descobrem “quase-lua” que viaja com a Terra há seis décadas

Astrônomos descobrem “quase-lua” que viaja com a Terra há seis décadas

A Terra tem um novo parceiro cósmico — e ele não é uma lua, mas quase. Um pequeno asteroide, identificado por astrônomos no Havaí, percorre o espaço em perfeita sintonia com a órbita do nosso planeta há cerca de 60 anos, mantendo-se tão próximo que, visto de longe, parece estar preso à gravidade terrestre.

Batizado de 2025 PN7, o corpo celeste foi detectado pelo telescópio Pan-STARRS, no alto do vulcão Haleakalā. A descoberta chamou a atenção por seu comportamento raro: o asteroide gira em torno do Sol no mesmo ritmo da Terra, imitando seus movimentos e permanecendo em uma espécie de “dança orbital” com o planeta azul.

Embora tenha sido apelidado nas redes sociais de “segunda lua da Terra”, o 2025 PN7 não orbita o planeta, e sim o Sol. Sua trajetória, no entanto, é tão parecida com a da Terra que cria a impressão de um satélite natural.

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“Trata-se de um chamado ‘quase-satélite’ — um corpo que não está preso gravitacionalmente à Terra, mas que compartilha com ela o mesmo tempo de revolução ao redor do Sol”, explica Fernando Roig, pesquisador do Observatório Nacional.

Segundo as simulações realizadas até o momento, o objeto permanecerá nessa configuração sincronizada até pelo menos 2083. Em sua rota, ele chega a 4 milhões de quilômetros da Terra, cerca de dez vezes a distância da Lua, antes de se afastar novamente para quase 18 milhões de quilômetros.

Membro da família Arjuna

O novo visitante pertence à classe dos asteroides Arjuna, corpos pequenos e de órbita quase circular, que cruzam o caminho da Terra em intervalos regulares. O 2025 PN7 mede entre 20 e 40 metros de diâmetro, tamanho suficiente para ser detectado pelos instrumentos modernos, mas ainda minúsculo diante das escalas planetárias.

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Esse tipo de asteroide é particularmente valioso para os cientistas porque pode ser monitorado por longos períodos, diferentemente da maioria dos objetos próximos à Terra (os chamados NEOs) que passam rapidamente e somem.

“Esses companheiros temporários nos permitem observar, ano após ano, como a gravidade molda seus trajetos e influencia a estabilidade da órbita terrestre”, explica Roig.

Nem lua, nem ameaça

Apesar da repercussão online, não há risco de colisão. O asteroide mantém uma distância segura e segue uma trajetória previsível, estabilizada pelo equilíbrio gravitacional entre o Sol e a Terra.

A NASA, que monitora objetos próximos ao planeta, ainda não comentou oficialmente a descoberta. A agência está com comunicações suspensas desde o início de outubro, devido ao shutdown do governo norte-americano.

Descoberta importante

Identificar e rastrear corpos como o 2025 PN7 ajuda a compreender como a gravidade terrestre interage com pequenos objetos espaciais e pode auxiliar em futuras missões de exploração de asteroides.

Esses estudos também ampliam o conhecimento sobre os riscos de impacto e sobre o comportamento das chamadas “ressonâncias orbitais”, quando dois corpos completam suas voltas ao redor do Sol no mesmo intervalo de tempo.

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“O 2025 PN7 é um visitante temporário, mas nos oferece um laboratório natural para estudar as fronteiras gravitacionais da Terra”, conclui Roig.

Em algum momento, o pequeno asteroide se afastará e seguirá sozinho sua rota solar. Mas até lá, ele continuará orbitando discretamente ao lado da Terra, uma lembrança de que, mesmo no espaço, não viajamos sozinhos.



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