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Apesar do otimismo, Trump diz que acordo sobre a Ucrânia pode não se concretizar

Apesar do otimismo, Trump diz que acordo sobre a Ucrânia pode não se concretizar

Apesar de demonstrar otimismo quanto ao avanço das negociações para encerrar a guerra na Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu neste domingo (28) que o processo permanece sujeito a impasses capazes de interromper as conversas. A avaliação foi feita após uma reunião com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, realizada na Flórida.

Em coletiva concedida após cerca de três horas de conversas, Trump afirmou que as negociações avançaram, mas evitou apontar prazos ou detalhar concessões. “Estamos chegando mais perto, talvez muito perto”, disse. Em seguida, ponderou que o desfecho ainda não está garantido. “Pode surgir algo inesperado, um ponto que ninguém estava considerando, e isso pode interromper tudo”, afirmou.

O presidente classificou o processo como difícil e destacou que apenas nas próximas semanas será possível saber se haverá um acordo. “Em algumas semanas, vamos saber de um jeito ou de outro”, disse, ao comentar o estágio atual das tratativas.

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Entre os principais entraves mencionados está a questão territorial. Trump reconheceu que o futuro da região do Donbas, no leste da Ucrânia, permanece como um dos pontos mais sensíveis da negociação. “Certamente esse é um dos grandes temas, e estamos mais próximos de um entendimento”, afirmou, sem entrar em detalhes.

Zelensky reforçou que qualquer decisão sobre território precisará respeitar a legislação ucraniana e a vontade da população. “Temos que respeitar nossa lei e nosso povo. Respeitamos o território que controlamos”, disse. Segundo ele, definições desse tipo poderão passar por consulta popular. “Podemos ter um referendo sobre qualquer ponto desse plano. A sociedade precisa escolher, porque essa terra não pertence a uma pessoa, mas à nossa nação”, afirmou.

O presidente ucraniano declarou ainda que cerca de 90% de um plano de paz mais amplo já alcançou algum nível de consenso. Segundo ele, há concordância total com os Estados Unidos em relação às garantias de segurança e aos aspectos militares. “Concordamos que garantias de segurança são um marco fundamental para alcançar uma paz duradoura”, disse.

Trump também destacou que um eventual acordo dependerá do aval do presidente da Rússia, Vladimir Putin, com quem manteve uma conversa telefônica no mesmo dia. Segundo ele, novos contatos devem ocorrer em breve. “Falamos hoje e devemos conversar novamente”, afirmou. Equipes dos Estados Unidos, da Ucrânia e de países europeus continuarão se reunindo nas próximas semanas.

Durante a coletiva, Trump voltou a mencionar as investigações sobre a interferência russa nas eleições americanas de 2016, classificando o episódio como uma “farsa”. “Passamos juntos pelo ‘Russia, Russia, Russia hoax’”, disse, ao comentar sua relação com Putin. O presidente sugeriu que essa experiência contribuiu para a manutenção de um canal direto de diálogo entre os dois.

Questionado sobre a possibilidade de viajar à Ucrânia para ajudar a destravar as negociações, Trump disse que não descarta a hipótese, embora considere pouco provável. “Não tenho problema nenhum em ir, mas preferia fechar o acordo sem precisar viajar”, afirmou. Zelensky respondeu que a visita seria bem vinda.

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As declarações ocorreram em um momento de intensificação recente do conflito. Dias antes do encontro, a Rússia realizou o ataque contínuo mais prolongado do ano contra Kiev, deixando mortos, dezenas de feridos e interrupções no fornecimento de aquecimento residencial em meio a temperaturas abaixo de zero.

Ao final da coletiva, ambos adotaram tom cauteloso. Trump reiterou que acredita em um acordo próximo, mas alertou que o processo pode fracassar diante de entraves ainda não resolvidos. Zelensky agradeceu o papel dos Estados Unidos na mediação e reafirmou que garantias de segurança seguem como condição central para qualquer solução duradoura.



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