Greve de mais de 3.200 trabalhadores da Boeing entra no quarto mês após rejeição de nova proposta contratual
Mais de 3.200 funcionários das unidades da Boeing em Missouri e Illinois, nos EUA, rejeitaram a mais recente proposta de contrato coletivo apresentada pelo fabricante norte-americano. A decisão prolonga uma greve que já se estende por quase quatro meses e mantém paralisadas operações da divisão de defesa da companhia.
O sindicato que representa os empregados dizem que a proposta da empresa não contempla as principais demandas da categoria, sustentando que os aumentos oferecidos e os bônus previstos são insuficientes para compensar cortes em outros benefícios e ajustes salariais de periodicidade reduzida.
A Boeing apresentou um contrato de cinco anos, incluindo reajuste total de 24% ao longo do período, bônus de ratificação de US$ 3.000 (R$ 16.128), o mesmo valor em ações restritas distribuídas em três anos e um adicional de retenção de US$ 1.000 (R$ 5.376) no quarto ano. A proposta mantém os benefícios vigentes, mas reduz os aumentos salariais automáticos.
Reações divergentes
A Boeing disse que está “decepcionada” com a rejeição da proposta, observando que a votação foi apertada — 51% contra 49%. A empresa destacou que “muitos funcionários compreendem o valor da oferta” e anunciou a implementação da próxima fase do plano de contingência para atender clientes e manter operações essenciais.
Já o sindicato classificou a proposta revisada como insuficiente e acusou a fabricante de “ignorar as prioridades fundamentais da força de trabalho”. Seus dirigentes ainda acrescentaram que a Boeing poderia encerrar a paralisação “imediatamente” caso apresentasse um acordo considerado justo pelos trabalhadores.
Impactos financeiros e operacionais
A greve, iniciada em julho, afeta principalmente as atividades ligadas à produção e manutenção de sistemas de defesa e aeroestruturas. Estimativas internas da Boeing indicam que cada trabalhador já acumula perdas de aproximadamente US$ 26.100 (R$ 140.319) em salários e US$ 4.200 (R$ 22.580) em benefícios — o equivalente a cinco folhas de pagamento completas.
Embora a empresa mantenha planos de contingência, a paralisação prolongada gera atrasos na entrega de equipamentos e pressiona o cronograma de programas estratégicos, incluindo contratos militares de grande porte.

