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Estreou hoje na Netflix: a série de espionagem que vai virar seu novo vício

Estreou hoje na Netflix: a série de espionagem que vai virar seu novo vício

A vida do homem é perpassada por tragédias desde o princípio dos tempos, e a especulação de como certos episódios poder-se-iam ter dado, mais que delirante, chega a ser apenas pueril em algum momento. Trancamo-nos no mais fundo de nós mesmos, fechando os olhos à realidade, que quase sempre insuportável, inspira-nos justamente esse gosto pela fantasia, um lugar mágico, impenetrável, onde mora a certeza de que nenhum pedaço da feiura da vida nos há de afligir. As leis parecem ter sido pensadas para não funcionar; em toda a parte há corrupção e desmando; o homem comum fica sem rumo. Esse é o cenário perfeito para o surgimento de figuras como Tea Lind, a personagem-título de “A Agente”, anti-heroína pródiga em contradições morais. Sóbria, a série elaborada por Adam August e Samanou Acheche Sahlstrøm e dirigida por Sahlstrøm e Kasper Barfoed não prima pelas guinadas de tirar o fôlego e ocupa-se das reflexões, oferecendo ao público a chance de compreender as escolhas da protagonista e, quem sabe, até referendá-las.

Tea é uma das mais dedicadas aspirantes a cadete da Divisão de Inteligência da polícia de Copenhague, e seu passado é o maior estímulo para chegar lá. Na abertura, a investigação sobre uma das quadrilhas que exportam cocaína para a Escandinávia soçobra porque o agente designado para deter os bandidos sofre um mal súbito nada comum. Folke, o inspetor vivido por Nicolas Bro, decide que é hora de mudar o perfil de seus colaboradores, e então o destino da garota está traçado. A fotografia de David Bauer e Jonas Berlin oscila dos tons sombrios para nuanças mais solares, destacando a índole essencialmente nebulosa de Tea, e Sahlstrøm e Barfoed vão pintando-a como a figura caótica que é. No contato com Folke, ela fica sabendo que terá de aproximar-se de Ashley, a mulher de Miran, um dos chefões do narcotráfico na Dinamarca. E para tanto, será obrigada a abraçar outra vida.

Tea Lind vira Sara Linneman, uma joalheira de renome que passa a frequentar os mesmos lugares que Ashley. Em sua primeira incursão, num salão de beleza, enquanto ela escolhe a cor do esmalte para as unhas, Sofia, a filha de Ashley e Miran, encanta-se por uma pulseirinha que a impostora deixara sobre a mesa. Sara permite que a menina a coloque, e a mãe, claro, simpatiza com aquela mulher refinada, dona de si e serena, tudo o que ela também quer ser. Entram mais algumas boas subtramas ao longo dos seis episódios, porém os diretores fixam-se mesmo é na relação entre Sara e Ashley, estranhas e íntimas em suas diferenças e naquilo que as faz complementares. Clara Dessau e Maria Cordsen levam a narrativa de um a outro extremo, esquivando-se de chavões e dando ênfase ao tácito confronto entre lealdade e justiça, acirrado depois que a casa cai e as duas se conhecem de verdade. Sem máscaras.


Série: A Agente
Criação: Adam August e Samanou Acheche Sahlstrøm
Direção: Samanou Acheche Sahlstrøm e Kasper Barfoed
Ano: 2025
Gêneros: Drama, policial
Nota: 8/10



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