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Associações de setores taxados pelos EUA acreditam em reversão da alíquota de 50%

Associações de setores taxados pelos EUA acreditam em reversão da alíquota de 50%

Embora nada de concreto ainda tenha sido anunciado, entidades que representam setores que foram afetados pelo tarifação de Donald Trump avaliam que a reabertura de diálogo entre Estados Unidos e Brasil, com viés estritamente técnico, é positiva e permitirá uma reavaliação das alíquotas impostas. Inicialmente, os EUA impuseram uma tarifa de 10% para todos os produtos brasileiros e, depois, taxaram em mais 40% todos os itens, com algumas exceções, chegando a uma alíquota final de 50%.

No caso do café, um produto largamente consumido pelos americanos e que temn apresentado alta de preços no mercado dos EUA, a Associação Brasileira do Café (Abic) segue defendendo a reavaliação técnica das tarifas impostas ao produto brasileiro. O Brasil é o maior fornecedor do grão e representa cerca de 30% das compras dos EUA.

— Os últimos encontros entre os presidentes dos EUA e do Brasil têm sido mais positivos e na Abic estamos otimistas. As relações de longo prazo entre Brasil e Estados Unidos permitirão uma reavaliação equilibrada e responsável dessas tarifas, com base em critérios técnicos — diz Pavel Cardoso, presidente da entidade.

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As exportações de café do Brasil para os Estados Unidos caíram 53% em setembro de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024, totalizando 333 mil sacas. Os dados são do Conselho Nacional dos Exportadores de Café (Cecafé). Essa queda, diz o Cecafé, foi potencializada pelo tarifaço de 50% imposto sobre os cafés brasileiros. A expectativa era que o café brasileiro seria um dos produtos isentos do tarifaço, dada a importãncia do produto no mercado dos EUA, mas até agora isso não aconteceu.

Mas, mesmo com as tarifas, os Estados Unidos continuaram sendo o maior comprador do café brasileiro, entre janeiro e setembro, segundo os dados do Cecafé. O país importou 4,361 milhões de sacas, correspondendo a 15% dos embarques totais do Brasil no período. Em seguida aparece a Alemanha, com 3,727 milhões de sacas; Itália, com 2,324 milhões e Japão, com 1,891 milhões de sacas.

Para a Abic, embora o novo cenário traga desafios às exportações, a entidade destaca que o café brasileiro mantém posição sólida no mercado internacional, inclsuive nos EUA, dada a sua competitividade, qualidade e relevância para a balança comercial dos dois países. A entidade reforça a confiança no histórico de parceria entre Brasil e Estados Unidos para que esta questão seja resolvida.

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Exportações de carne cresceram

Da mesma forma positiva, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) avaliou a reunião entre os presidentes Lula e Trump, mostrando disposição de ambos os governos em avançar nas discussões sobre as tarifas em vigor sobre a carne bovina brasileira.

O Brasil, que é o maior exportador global do produto, bateu recorde de venda ao exterior em setembro, com as vendas chegando a 352 mil toneladas, frente às 268 mil toneladas vendidas no mesmo mês do ano passado. Até mesmo em relação a agosto deste ano as exportações cresceram 17,6% — em agosto foram exportadas 299 mil toneladas. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e foram compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).A diversificação de mercados, principalmente o México e a China, contribuíram para essa marca.

Mesmo com retração nos embarques aos Estados Unidos nos dois meses em razão do tarifaço, o país segue como um mercado fundamental para a carne bovina brasileira, devido à sua competitividade. No acumulado do ano, as vendas aos EUA aumentaram 64,6% em volume e 53,8% em valores em relação a 2024.

A Abiec acredita que o entendimento entre os dois países pode preservar a competitividade do produto brasileiro, garantir previsibilidade aos exportadores e ampliar a presença da carne bovina nacional no mercado americano, segundo maior comprador do Brasil.

Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) não tem a expectativa de resultados tão imediatos, mas pondera que também algum acordo não deve demorar.

— Não acredito que haja uma solução imediata e que os Estados Unidos retirem os 40% de tarifa adicional colocada sobre o Brasil e nos coloque no mesmo patamar dos outros países do Mercosul. Mas, tenho um sentimento positivo de que essa abertura vai trazer resultados favoráveis a uma normalidade no relacionamento comercial entre os dois países — afirma.



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