O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na madrugada desta segunda-feira (27), em coletiva à imprensa na Malásia, que está otimista quanto ao fim do tarifaço imposto pelos Estados Unidos.
“Se depender do Trump e de mim, vai ter acordo”, disse Lula, após a primeira rodada de reuniões entre negociadores brasileiros e americanos sobre as tarifas de 50% aplicadas por Washington a produtos brasileiros.
O petista afirmou que teve uma “boa impressão” do encontro com Trump e que acredita que “logo não haverá problema entre Estados Unidos e Brasil”. Segundo Lula, o diálogo com o republicano marcou o início de uma nova fase da relação bilateral, com a parte “política e ideológica” deixada de lado.
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O presidente ressaltou que as sobretaxas foram resultado de “informações equivocadas” sobre a balança comercial entre os dois países. “Fiz questão de dizer que as decisões tomadas contra o Brasil foram infundadas. Está provado que os Estados Unidos tiveram superávit comercial de US$ 410 bilhões com o Brasil nos últimos 15 anos — só no ano passado, foram quase US$ 22 bilhões”, disse.
Lula destacou que entregou um documento por escrito a Trump durante o encontro, detalhando os pontos da reivindicação brasileira, incluindo o pedido de suspensão imediata das tarifas e a revogação de sanções aplicadas sob a Lei Magnitsky a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente afirmou ainda que o Brasil quer um acordo comercial amplo, sem restrições setoriais. “Ele sabe o que nós queremos: primeiro suspender a taxação e negociar”, afirmou. “Reconheço que um presidente possa sobretaxar produtos estrangeiros quando causam prejuízo à sua indústria, mas o que não pode é acontecer o que aconteceu com o Brasil.”
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Lula também enfatizou que as decisões devem ser tomadas com base no interesse dos povos de ambos os países. “Gostemos ou não um do outro, temos consciência de que nossas ações refletem a vontade do povo que nos elegeu.”
Em tom otimista, o presidente disse acreditar em uma solução rápida. “Estou convencido de que, em poucos dias, teremos uma solução definitiva entre Estados Unidos e Brasil, para que a vida siga boa e alegre, como dizia Gonzaguinha em sua música.”

