O representante de Comércio Internacional da China, Li Chenggang, anunciou neste domingo (26) que Pequim e Washington chegaram a um “acordo preliminar” após dois dias de conversas em Kuala Lumpur, na Malásia.
Segundo a agência estatal Xinhua, Li afirmou que as negociações foram “construtivas” e resultaram em um entendimento inicial sobre as principais preocupações econômicas de ambos os países.
“O próximo passo será que cada parte cumpra com seus respectivos procedimentos internos de aprovação”, disse o vice-ministro do Comércio chinês, ressaltando que os EUA mantiveram uma postura “firme”, enquanto a China “defendeu com determinação seus interesses”.
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Tarifas, fentanil e exportações
Embora os termos do entendimento ainda não tenham sido detalhados, Li informou que as conversas incluíram temas sensíveis como os controles chineses sobre exportações de terras raras, a cooperação antidrogas em torno do fentanil e a possível prorrogação da suspensão recíproca de tarifas entre as duas potências.
Segundo o representante chinês, também foram discutidas medidas relacionadas a tarifas portuárias impostas pelos EUA a navios chineses e estratégias para ampliar o comércio bilateral em setores de tecnologia, energia e insumos industriais.
Horas antes do anúncio, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, havia afirmado que as delegações “estabeleceram bases muito sólidas” para o encontro entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping, previsto para 30 de outubro, na Coreia do Sul.
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Terras raras e novas tarifas
As negociações ocorrem em um momento de forte tensão comercial. Em meados de outubro, a China ampliou as restrições às exportações de terras raras, minerais estratégicos usados em veículos elétricos, semicondutores e equipamentos militares, sobre os quais Pequim detém cerca de 90% do mercado global.
Em resposta, Trump ameaçou elevar para 100% as tarifas sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro, medida que poderia aprofundar a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
O diálogo em Kuala Lumpur, portanto, é visto como um movimento para aliviar as tensões antes da reunião entre os dois líderes, que deve definir os rumos da relação bilateral e do comércio internacional nos próximos meses.

