Quase metade da população do Brasil tem a renda ligada às micro e pequenas empresas. De acordo com a segunda edição do Atlas dos Pequenos Negócios, divulgada recentemente pelo Sebrae, cerca de 97 milhões de brasileiros têm a subsistência ligada à atividade empreendedora seja como donos de negócios, familiares ou empregados.
O levantamento mostra que 43,7 milhões de pessoas são diretamente dependentes da renda de microempreendedores individuais (MEI) e micro e pequenas empresas (MPEs), considerando os próprios empreendedores e seus familiares. Quando somados os empregados desses negócios e suas famílias, o número chega a 45% da população nacional.
Esse contingente supera o total de habitantes de Argentina, Chile, Bolívia e Equador juntos, evidenciando o peso dos pequenos negócios para a economia brasileira. Segundo o Sebrae, 60% da população brasileira sonha em empreender, reflexo da busca por autonomia financeira e da capacidade de transformar habilidades pessoais em fonte de renda.
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O Atlas dos Pequenos Negócios é considerado o estudo econômico mais completo sobre MEIs, microempresas e empresas de pequeno porte no país.
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Exemplos que inspiram
Os números do Atlas ganham rosto em milhões de histórias empreendedoras espalhadas pelo país. É o caso de Eduarda Berkowitz, fundadora da Palm Nail Bar, uma esmalteria criada no Rio de Janeiro há cinco anos. Inspirada em modelos norte-americanos e europeus, Eduarda trouxe um conceito inovador que transforma unhas em acessórios de moda, apostando em nail arts temáticas e desenhos exclusivos.
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A empresária começou sem experiência no setor e levou quase um ano planejando antes de abrir sua primeira unidade, aos 25 anos. Hoje, aos 28, com duas lojas, ela acumula funções de gestão e compartilha sua trajetória em consultorias para novos empreendedores.
“Micro e pequenas empresas são a base da nossa economia. São nesses negócios que nascem as ideias mais ousadas, os formatos mais inovadores e os serviços mais personalizados. Quando empreendemos com propósito, mesmo começando pequeno, podemos transformar realidades”, afirma Eduarda.
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Outro exemplo vem de Arnaldo Di Blasi, fundador da Di Blasi Pizzas. O insight para o negócio surgiu em um chá de bebê, quando percebeu que as pessoas descartavam as bordas das pizzas. Da observação nasceu um buffet de pizzas de massa fina, que começou como renda extra e logo se transformou em sucesso: “Chegamos a fazer mais de 30 eventos por mês e viramos referência no modelo”, lembra.
Em 2017, a marca participou do Rock in Rio e foi a operação que mais vendeu na área gourmet do evento. Dois anos depois, Arnaldo deixou a carreira em TI para se dedicar integralmente ao negócio. Apostando no delivery, ele criou um produto adaptado à entrega, diferencial que acelerou a expansão. Em 2021 veio a primeira franquia. Hoje, são 37 lojas em funcionamento, com previsão de chegar a 50 até o fim de 2025, e um faturamento estimado em R$ 70 milhões.
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