O ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA), deve oficializar a saída do governo de Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira, após o presidente voltar dos Estados Unidos. A demissão foi selada na última sexta-feira, em reunião entre os dois no Palácio da Alvorada.
No dia, Sabino pediu alguns dias a mais no ministério para cumprir agendas pendentes. A decisão ocorre após o ultimato dado pelo União Brasil, que na última semana antecipou o movimento de desembarque da Esplanada e determinou a entrega de cargos de todos os seus filiados em um dia. Anteriormente, o partido tinha definido que entregaria os cargos até o final do mês.
Uma normativa do partido publicada na quinta-feira prevê sanção aos quadros que não pedirem exoneração de seus cargos: haverá abertura de processos disciplinares.
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O nome que irá ocupar o assento de Sabino ainda está em aberto. Caso opte pela continuidade e por manter o ministro mais próximo à gestão, Lula pode optar pela secretária-executiva da pasta, Ana Carla Machado Lopes.
O PDT também já manifestou o desejo de assumir mais um ministério. Hoje a sigla tem a Previdência, com Wolney Queiroz. Já parlamentares do PT defendem a nomeação do presidente da Embratur, Marcelo Freixo. Contudo, pesa contra Freixo a disposição em concorrer a deputado no ano que vem, o que faria com que tivesse que deixar o posto em abril.
Décima terceira mudança
A mudança leva o governo Lula a chegar à décima terceira troca no primeiro escalão. Desde o início do terceiro mandato do petista, em janeiro de 2023, a média é de uma mudança do gênero a cada 76 dias, ou dois meses e meio.
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Antes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já mudou ministros por a suspeitas de corrupção, desgastes políticos, em meio a acusações de assédio ou para acomodar aliados do Centrão, por exemplo.
Veja as mudanças anteriores:
Gonçalves Dias (sem partido): Deixou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República em abril de 2023, após virem à tona vídeos de sua postura durante os atos de 8 de janeiro daquele ano
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Daniela Carneiro (União Brasil): Em julho de 2023, foi substituída no Ministério do Turismo por Celso Sabino, do mesmo partido, em busca de mais apoio da sigla no Congresso
Ana Moser (sem partido): A ex-jogadora de vôlei deixou o Ministério do Esporte em setembro de 2023 para dar lugar a André Fufuca (PP), mais uma vez numa costura política junto ao Centrão
Márcio França (PSB): Nas mesmas tratativas, Silvio Costa Filho (Republicanos) assumiu a pasta de Portos e Aeroportos. França foi realocado no então recém-criado Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte
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Flávio Dino (PSB): Deixou a Esplanada no início de 2024 para assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) e foi substituído por Ricardo Lewandowski (sem partido) no Ministério da Justiça e Segurança Pública
Silvio Almeida (sem partido): Acusado de assédio por Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, acabou sendo trocado por Macaé Evaristo (PT) na pasta de Direitos Humanos e Cidadania em setembro do ano passado
Paulo Pimenta (PT): Foi substituído por Sidônio Palmeira (sem partido) na Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República no início deste ano após críticas à condução da área
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Nísia Trindade (sem partido): Um mês depois, em fevereiro, a ministra da Saúde não resistiu a diferentes pressões e deu lugar a Alexandre Padilha (PT)
Alexandre Padilha (PT): Antes de assumir a pasta da Saúde, Padilha ocupava a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República, que passou a ser comandada por Gleisi Hoffmann (PT)
Juscelino Filho (União Brasil): Entregou o cargo de ministro das Comunicações para focar na própria defesa após ser denunciado pela PGR por suspeita de desvio de emendas parlamentares
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Carlos Lupi (PDT): O ministro da Previdência, Carlos Lupi pediu demissão do cargo de ministro da Previdência em maio, nove dias após uma operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelar um esquema bilionário de desvios em aposentadorias e pensões do INSS
Cida Gonçalves (PT): A ex-ministro das Mulheres foi substituída do cargo por Lula pela assistente social e professora Márcia Lopes em maio deste ano, diante de descontentamento no Planalto quanto à gestão da pasta e processos na Comissão de Ética da Presidência contra a então titular