A retomada deve gerar 1.400 vagas, sendo 338 disponíveis via GO Sergipe, distribuídas entre diferentes níveis de escolaridade / Fotos: Arthur Soares
O governador Fábio Mitidieri se reuniu nesta quinta-feira, 18 de setembro, com representantes da empresa Engeman, contratada pela Petrobras para operar a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) em Sergipe.
A expectativa é que, até o final de 2025, a unidade localizada em Laranjeiras retome a produção de CO2, amônia e ureia, gerando 1.400 empregos diretos e indiretos, sendo 338 vagas abertas pelo portal GO Sergipe, vinculado à Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem).
Reunião e contrato
O contrato foi assinado no último 12 de setembro, no Rio de Janeiro, e prevê a mobilização para manutenção das instalações e início da produção.
Durante o encontro, foram apresentados os detalhes do funcionamento da planta e reforçada a parceria entre o Governo de Sergipe e a Petrobras.
Mitidieri destacou a relevância da fábrica para o estado:
“A Fafen está desde 1980 fazendo parte da história de Sergipe, gerando emprego, renda e oportunidades. Vivenciamos momentos difíceis com sua hibernação e a saída da Unigel, mas agora chegamos a um novo momento. Temos a expectativa de que seja uma solução definitiva.”
O governador também ressaltou o impacto nacional da retomada:
“A questão dos fertilizantes é de segurança nacional e o Brasil não pode abrir mão disso, até porque somos essencialmente um país agrícola e precisamos da Fafen forte.”
Geração de empregos
A retomada deve gerar 1.400 vagas, sendo 338 disponíveis via GO Sergipe, distribuídas entre diferentes níveis de escolaridade:
- Ensino fundamental: auxiliar de serviços gerais, carpinteiro, pintor industrial, encanador.
- Ensino médio: almoxarife, assistente administrativo, eletricista industrial, eletricista predial, soldador.
- Nível técnico: técnico em edificações, técnico em meio ambiente, técnico em segurança do trabalho.
- Nível superior: enfermeiro do trabalho.
O secretário da Seteem, Jorge Teles, afirmou:
“Temos a perspectiva de contratar 338 trabalhadores, com prioridade para sergipanos. Caso não tenham a qualificação necessária, o governo já assumiu o compromisso de formar profissionais para que os empregos fiquem aqui.”
Capacidade produtiva e incentivos
A planta terá capacidade instalada de produzir 1,8 mil toneladas de ureia por dia, além de comercializar amônia, gás carbônico e sulfato de amônio.
O Governo de Sergipe se colocou à disposição para apoiar a mobilização com:
- Renovação de licenças ambientais;
- Contratos de suprimento de água;
- Movimentação de gás natural;
- Incentivos do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI).
Impacto econômico
O secretário da Sedetec, Valmor Barbosa, ressaltou também a importância da retomada para os negócios em Laranjeiras e cidades vizinhas, através da maior circulação econômica.
Retomada das atividades
No último dia 12 de setembro, a Petrobras e a Engeman, empresa vencedora do processo licitatório, assinaram o contrato que define o planejamento operacional da Fafen de Sergipe para retomada das operações.
As negociações contaram com o apoio do governador Fábio, da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec) e da equipe do Governo de Sergipe.
O gerente regional Nordeste da Petrobras, Eduardo Santos, esteve presente no encontro e exaltou o trabalho do Governo de Sergipe, estando presente constantemente de forma institucional para garantir a retomada dos trabalhos.
“A gente sabe que o Governo do Estado acompanha muito de perto todos os projetos da Petrobras, conversamos bastante com a Sedetec. Eu, que atendo a região Nordeste e tenho um relacionamento institucional, posso afirmar que o Governo do Sergipe é o mais atuante junto à Petrobras em acompanhar nossas atividades. Gostaria muito de agradecer por esse momento, que para nós é motivo de grande alegria”, disse ele.
A Fafen de Sergipe foi implantada pela Petrobras em 1980, tornando-se um polo estratégico para a produção de ureia, amônia e sulfato de amônio no Nordeste, e impulsionando o desenvolvimento da infraestrutura em Sergipe. Arrendada à iniciativa privada desde 2020, ela teve suas atividades paralisadas em março de 2024, após a Unigel, então operadora da unidade, alegar inviabilidade econômica.
Depois de alinhamentos judiciais envolvendo a Unigel, a Petrobras abriu licitação para recebimento de propostas para os serviços de operação das fábricas de fertilizantes em Sergipe e na Bahia. O prazo foi concluído em julho de 2025, com o registro de seis propostas. A Engeman Manutenção de Equipamentos foi a vencedora, com valor aproximado de R$ 976 milhões.
Para Sergipe, a licitação prevê serviços de operação e manutenção das unidades de produção de amônia e ureia granulada. A planta passa a ser operada pela Engeman, na condição de prestadora de serviços, enquanto a Petrobras fica responsável pelas atividades comerciais.
Engeman
Fundada em 1983, a Engeman – Soluções Industriais é uma empresa brasileira líder em serviços industriais, especializada em manutenção e gestão. Ela atua tanto no Brasil quanto no exterior, sendo reconhecida por sua estabilidade e expertise na execução de contratos complexos, e consolidando-se como uma das principais fornecedoras de serviços industriais do país.
A empresa foi representada na reunião pelo superintendente de operações, Gustavo Peixoto.
“Para a Engeman e para o estado de Sergipe é um momento importantíssimo, com a retomada de uma fábrica de fertilizantes para o país, nesse momento onde há uma necessidade muito grande. Isso traz geração de empregos e renda para a população. A Engeman se sente honrada, e vamos trabalhar muito forte para que a gente consiga devolver ao estado de Sergipe todo esse prazer que estamos”, considerou.
Com informações da ASN