A Associação de Transporte Aéreo Internacional (IATA) divulgou na última sexta-feira (29) os dados de desempenho do mercado de carga aérea global em julho de 2025, revelando crescimento de 5,5% na demanda total em relação ao mesmo mês do ano passado. Nas operações internacionais, o aumento foi de 6,0%, enquanto a capacidade disponível para transporte de cargas (ACTKs) avançou 3,9% no comparativo anual (+4,5% internacionalmente).
Para Willie Walsh, diretor-geral da IATA, o resultado indica um cenário sólido, apesar de algumas exceções regionais. “A maioria das principais rotas comerciais registrou crescimento, com destaque negativo para Ásia-América do Norte, onde a demanda caiu 1,0% devido ao fim das isenções dos EUA para pequenas remessas, provavelmente compensado por transportadores que anteciparam envios antes do aumento das tarifas de importação. Agosto deve revelar com mais clareza os impactos dessas mudanças”, explicou Walsh.
O executivo ressaltou ainda a importância de uma visão global sobre o setor, lembrando que a rota Europa-Ásia representa um quinto da carga aérea mundial e segue em expansão pelo 29º mês consecutivo, com crescimento de 13,5% em julho.
Fatores macroeconômicos e operacionais
O comércio global de mercadorias registrou alta de 3,1% em junho de 2025, comparado ao mesmo período de 2024. O preço do combustível de aviação, 9,1% mais baixo que em julho do ano passado, ajudou a aliviar os custos operacionais, embora tenha apresentado alta de 4,3% em relação a junho. Por outro lado, a manufatura global recuou em julho, com o PMI caindo para 49,66, e novas encomendas de exportação mantendo-se negativas pelo quarto mês consecutivo, refletindo incertezas no comércio internacional, principalmente em relação às políticas dos EUA.
Desempenho regional
Entre as regiões, a Ásia-Pacífico liderou o crescimento, com aumento de 11,1% na demanda por carga aérea, seguida pela África (9,4%) e Europa (4,1%). A América do Norte registrou o menor crescimento, de apenas 0,7%, e apresentou leve redução na capacidade (-0,6%). Outros destaques incluem Oriente Médio (+2,6% na demanda) e América Latina (+2,4%).
Rotas comerciais em destaque
As principais rotas internacionais apresentaram resultados positivos, exceto Ásia-América do Norte, que enfrenta três meses consecutivos de queda, e Oriente Médio-Europa, com aumento mínimo. O panorama evidencia que, apesar de desafios pontuais, o setor de carga aérea segue em expansão globalmente, especialmente nas rotas ligadas à Ásia e à Europa.

