São centenas e centenas de títulos disponíveis no Prime Video. Quando um filme entra no catálogo, a menos que o algoritmo o escolha para ficar piscando para você todas as vezes que você abre sua página inicial da plataforma, ele ficará ali, repousando, à espera que uma boa alma o encontre. A Revista Bula selecionou os cinco melhores títulos do catálogo, no momento, para te apresentar. Esses filmes deixam uma sensação de que uma única experiência não basta para captar todas as camadas de sentido, diálogos e sutilezas. Assistir novamente é questão de necessidade. Não é por falta de compreensão, mas pelo prazer de revisitar histórias tão ricas e amplas em sentidos. Essas histórias reverberam para além da tela.
O valor dessas obras está também no que representam no contexto do cinema contemporâneo. Seja pela originalidade dos enredos, pela sofisticação estética ou pela coragem em abordar temas que desafiam convenções e se transformam em objetos de estudo e admiração. Essa combinação os torna relevantes artisticamente. Cada repetição revela novos detalhes e provocações. Nessa lista, filmes que são como uma boa conversa: cheios de interpretações e a sensação de que há muito para ser descoberto e compartilhado.
Conclave (2024), Edward Berger
Após a morte de um papa, cardeais de todo o mundo se reúnem no Vaticano para escolher seu sucessor. O que deveria ser um processo espiritual rapidamente se revela um duelo de egos, interesses políticos e segredos pessoais. Enquanto a fumaça branca tarda a surgir, alianças são formadas e desfeitas nos corredores silenciosos, revelando que a luta pelo poder não se limita à política secular. Um cardeal em particular, escolhido como mestre de cerimônias, passa a perceber que a disputa envolve não apenas escolhas administrativas, mas revelações que podem abalar a fé de milhões. Preso entre sua devoção e as pressões de um sistema implacável, ele precisa decidir até onde revelará verdades que poderiam mudar a própria essência da instituição.
Herege (2024), Scott Derrickson
Duas jovens missionárias, em viagem de evangelização, são recebidas na casa de um homem solitário que aparenta hospitalidade, mas cujo comportamento logo desperta sinais de perigo. À medida que a noite avança, a atmosfera se torna sufocante, e as jovens percebem que estão presas em um espaço onde cada gesto do anfitrião pode ser tanto cortesia quanto ameaça. A convivência se transforma em um duelo psicológico intenso, marcado por manipulação, violência contida e um clima de terror crescente. O confronto entre crença, dúvida e sobrevivência se intensifica até chegar a um limite em que não há mais espaço para ingenuidade, restando apenas a luta desesperada por escapar de uma armadilha que desafia corpo e fé.
Nosferatu (2024), Robert Eggers
Na Europa do século 19, uma jovem artista vive atormentada por visões noturnas enquanto sua cidade se prepara para a chegada de um estranho aristocrata. A visita do nobre desencadeia uma série de eventos macabros: doenças se espalham, segredos antigos vêm à tona e a fronteira entre desejo e horror se dissolve. O poder de sedução do visitante, ao mesmo tempo fascinante e repulsivo, coloca todos em estado de vulnerabilidade, especialmente a jovem que se vê marcada por um destino sombrio. O confronto entre amor, morte e monstruosidade percorre cada cena, criando uma atmosfera em que o medo se confunde com atração. Mais do que um simples relato de vampiros, é uma jornada pela decadência humana diante do incontrolável.
Pisque Duas Vezes (2023), Zoë Kravitz
Em um luxuoso resort tropical, uma jovem garçonete se vê envolvida em um mundo de glamour, música e segredos quando é convidada por uma famosa cantora e seu enigmático parceiro a participar de uma noite de excessos. O que parecia ser uma experiência única se transforma em uma espiral de manipulações, tensão sexual e disputas de poder. Entre festas deslumbrantes e conversas carregadas de intenções ocultas, ela descobre que a sedução pode ser uma armadilha perigosa. Presa em um jogo psicológico onde confiança e mentira se confundem, a protagonista precisa decidir até onde está disposta a ir para manter sua integridade, ou se já perdeu o controle de si mesma ao entrar em um círculo onde cada olhar pode esconder uma ameaça.
Magnatas do Crime (2019), Guy Ritchie
Um poderoso chefão do submundo britânico construiu um império milionário baseado no tráfico de drogas, mas decide se aposentar e vender seu negócio para o maior interessado. A simples decisão desencadeia uma guerra de interesses: mafiosos de diferentes origens, investidores internacionais e oportunistas de plantão entram em cena para manipular informações, chantagear aliados e eliminar rivais. Enquanto cada jogador acredita ter a vantagem, traições se multiplicam e alianças mudam a todo instante, transformando negócios em um tabuleiro de intrigas letais. No centro, permanece a questão: quem realmente conseguirá tomar posse do império sem cair em armadilhas que vão muito além da violência, explorando a esperteza, o cinismo e a imprevisibilidade do poder?